13 abril 2015

Quem sabe eu já não sou primavera


Minha preferencia pelo inverno vai além de achar a época charmosa ou do friozinho que nos deixa tão aconchegados de baixo das cobertas em finais de semana. Essa estação do ano me define e quase explica a minha vida.
E já se passaram tantos invernos, dezoito para ser mais exata, são tantas recordações e eu não consigo explicar o porque, mas o inverno sempre me trás muitas lembranças, me parece uma época nostálgica. E hoje quando eu acordei e vi o céu cinza, janela embaçada e a ponta do nariz gelado me veio um milhão de coisas na cabeça em um único segundo.
Esse é o inverno dos meus dezoito anos, tanta coisa é diferente, não como a gente imagina, mas de uma forma que você entende quando chega lá.
Porém não pensei só na estação deliciosa chegando... pensei que eu também sou inverno. Não é ser dramática, mas é algo que aconteceu tanto dentro de mim que a estação penetrou além da pele e se instalou aqui dentro, e o que eu senti por alguns minutos foi um outro tipo de inverno.
Aquele era o tipo de inverno que não se dá apenas em certa época do ano, era um inverno que acontecia a cada despedida de alguém importante, é um inverno que não passa com o fim da estação, ele permanece, pra nos lembrar da solidão que ficou ocupando o vazio deixado.  Esse é o tipo de inverno que eu estou muito habituada.
Desculpa o drama ai, mas o fato é que não estou reclamando da vida, aliás ela me tem surpreendido muito, mas é que a gente sempre carrega traumas e volta e meia eles transbordam, seja pelos olhos ou em palavras, e eu só senti vontade de escrever, pelo menos dessa vez.
Pode ser que hoje eu ainda seja inverno, aliás ninguém se cura de uma ressaca de vida do dia para a noite, mas eu sei que eu ainda vou ser verão, mas vamos com uma estação de cada vez. Quem sabe eu já não sou primavera?
Só o tempo nos dira

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